Tecnologia na educação: Como garantir mais motivação em sala de aula?
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na educação: Como garantir mais motivação em sala de aula?
Fazer uso da tecnologia na educação já é uma
necessidade inadiável, reconhecida por todo profissional do ensino que anda
atualizado com as últimas tendências na área. Dito isso, no entanto, é preciso
se dar conta de que a forma com que esse recurso deve ser empregado em sala de
aula nem sempre é clara.
Simplesmente usar ferramentas tecnológicas na
escola, como fim em si mesmas, não é bem o objetivo, concorda? Sendo assim,
vale a pena pesquisar e experimentar para descobrir de que maneiras a
tecnologia pode ser empregada para melhorar efetivamente o aprendizado dos alunos e o dia
a dia dos professores.
Pensando nessa questão, elaboramos a seguir um
guia completo sobre tecnologia no ensino, mostrando formas de utilizá-la da
maneira mais produtiva, além de como lidar com seus principais problemas e
introduzi-la adequadamente na instituição de ensino. Continue lendo e fique por
dentro!
1.
Introduzindo a tecnologia na escola
Se a intenção é que o emprego da tecnologia na
educação não seja um fim em si mesmo, isto é, que os recursos sejam usados para
trazer melhorias efetivas para a escola, será preciso realizar algumas mudanças
na dinâmica das aulas.
Nesse caso, é interessante preparar a introdução da
novidade de maneira diferente para cada um dos grupos a serem afetados por ela,
a saber:
1.1.
Corpo docente e funcionários
Contar com o apoio de professores
e outros colaboradores no processo de adotar a tecnologia na escola é
fundamental, afinal, são eles que irão lidar diretamente com a questão, por
isso, quanto mais a favor da mudança estiverem, melhor.
Além de motivar o uso da tecnologia entre
esses profissionais, é preciso ainda ajudá-los a empregá-la da melhor maneira
possível, oferecendo treinamentos, aulas de informática e até funcionários
auxiliares para deixá-los mais seguros com o uso dos novos recursos.
Acompanhar a relação de cada um com as tecnologias
adotadas a fim de diagnosticar problemas, receber feedbacks e promover
uma melhoria constante também é essencial.
1.2. Pais
e responsáveis
O envolvimento dos pais na educação de seus
filhos é de grande importância para o sucesso dos estudantes. Diante disso,
promover a participação dos familiares nas mudanças a serem implementadas
para a adoção da tecnologia em sala de aula é outro passo fundamental.
Por meio de reuniões, notificações e uma comunicação aberta entre os pais e a escola, é
possível que eles contribuam para a introdução da tecnologia, aumentem o
engajamento dos filhos, ofereçam feedbacks enriquecedores e, mais
importante, compreendam e apoiem a iniciativa.
1.3.
Alunos
Com a geração Z nascida e criada em um mundo
dominado pela tecnologia, é difícil imaginar que possa haver qualquer tipo de
resistência por parte dos alunos na implementação da tecnologia em sua
educação.
Ainda assim, é preciso cuidar de sua preparação
para receber a novidade justamente para que a familiaridade com os recursos
digitais não os leve para longe do aprendizado, restringindo seu uso da
tecnologia ao entretenimento ou a atividades que poderiam ser feitas fora da
sala de aula.
Os motivos por trás da introdução das ferramentas
tecnológicas, bem como os objetivos de cada uma delas, devem ser bem conhecidos
pelos alunos, e a atitude esperada deles em relação a isso deve ser sempre
clara e relembrada quando necessário.
2.
Entendendo as demandas de seus alunos
Outro ponto importante para a escola que deseja
realmente aproveitar os benefícios que a tecnologia pode oferecer no lugar de
simplesmente adicioná-la à gama de recursos disponíveis nas salas de aula é pesquisar
e entender as principais demandas dos alunos.
Dessa maneira, é possível empregar justamente os
recursos de que eles precisam para melhorar seu desempenho, além de
garantir que a medida terá efeito em sua motivação e engajamento.
Para tal, é interessante procurar saber:
- que tipos de aparelhos tecnológicos os alunos mais usam fora da
sala de aula;
- quais são os programas e aplicativos mais usados por eles, tanto
para atividades relacionadas à escola quanto para seu próprio
entretenimento;
- qual é a familiaridade de cada um com os diferentes tipos de
recursos disponíveis no mercado;
- de que tipo de informação ou conhecimento do uso da tecnologia os
alunos mais podem precisar em suas futuras vidas profissionais;
- o que eles gostariam de aprender ou dominar quando o assunto é
tecnologia.
A partir daí, os gestores da escola podem entender
quais ferramentas e recursos terão mais utilidade e aceitação em sala de aula (tablets,
e-readers, smartphones). Além disso, é possível criar atividades
específicas relacionadas à tecnologia, como oficinas de edição de vídeo, aulas
de informática, programação básica, etc.
3. Como
mapear os principais problemas em sala de aula?
Para usar a tecnologia com o objetivo de sanar
problemas em sala de aula, deve-se, em primeiro lugar, localizar esses
problemas. Dessa forma, as chances de que as mudanças surtam efeitos positivos
são muito maiores.
Realizado tanto antes quanto após a implementação
da tecnologia, o mapeamento das dificuldades — dos
alunos e dos professores — é crucial para a melhoria constante do ensino, e
pode ocorrer da seguinte maneira:
3.1.
Antes da implementação
Além da pesquisa realizada entre os alunos para
entender suas principais demandas, vale pedir ainda a professores e
colaboradores que observem, em sala de aula, quais são as principais
dificuldades no dia a dia — da falta de motivação dos estudantes à escassez
de oportunidades e conhecimento para adotar novas práticas de ensino, por
exemplo.
A partir desse levantamento, podem-se estudar os
recursos disponíveis para escolher aqueles que melhor atendem a essas demandas
e traçar um plano de melhoria em longo prazo.
3.2. Após
a implementação
Nas primeiras semanas após a adoção da tecnologia
em sala de aula, deve-se acompanhar a adaptação de professores e alunos para
sanar possíveis resistências e dificuldades iniciais.
Depois disso, o monitoramento deve continuar não
apenas para prevenir problemas e garantir que as ferramentas continuem a ser
usadas da forma correta como, também, para analisar os resultados obtidos a
fim de continuar avançando.
Vale lembrar que, após a implementação, é possível
que problemas que passaram desapercebidos antes dela se revelem — como, por
exemplo, dificuldades de alunos específicos com o uso da tecnologia —, devendo
ser então estudados e devidamente sanados.
4. A
importância da atualização do profissional com as últimas tendências em
educação
Na era da comunicação, a formação continuada é
exigência em praticamente qualquer área. Entretanto, mesmo antes da revolução
trazida pela informática, a atualização constante dos profissionais da educação
já era um requisito para seu sucesso. Afinal, ensinar requer, antes de tudo,
aprender, e, para isso, professores, coordenadores e diretores precisam estar
por dentro das descobertas e tendências mais atuais da educação.
Ademais, a própria forma de ensinar vem passando
por transformações aceleradas nos últimos anos, com o surgimento da chamada educação
3.0, por exemplo. Nesse contexto, manter-se informado acerca das inovações
em pedagogia é imprescindível para que o profissional do ensino continue
realizando seu trabalho com qualidade.
Ao se familiarizar com as tendências relacionadas à
tecnologia na educação, os professores entrarão em contato com novas formas
de ensinar e poderão desenvolver — caso ainda não o tenham — o hábito de
continuar atualizando-se para descobrir outros usos das ferramentas
disponibilizadas, novos programas e aplicativos de ensino, e por aí vai.
Com isso, ganha-se flexibilidade, aumentando a
capacidade dos profissionais de se adaptar a mudanças e aprender a lidar com
novidades na escola.
À medida que se acostuma a usar as novas
ferramentas, o educador consegue ainda melhorar sua gestão de tempo dentro e
fora da sala de aula, assim como estreitar seu relacionamento com os alunos por
meio da interação com os aparelhos eletrônicos, tão presentes no dia a dia
deles.
A atualização impulsionada pela adoção da
tecnologia, portanto, permitirá ao profissional da educação não apenas
manter-se em dia com o que há de mais recente em sua área, como também trará
benefícios diversos para a sua rotina, sua relação com os estudantes e o
funcionamento da própria escola.
5.
Moderando o uso da tecnologia
Usar a tecnologia em sala de aula visa a
aproveitar todas as vantagens que ela pode trazer para professores, pais e
alunos, correto? Não se trata, assim, de ignorar as dificuldades que já existem
(ou que possam eventualmente surgir no processo), muito menos de criar uma
relação de dependência com as ferramentas tecnológicas.
Felizmente, é a própria adoção da tecnologia que
permitirá à escola moderar seu uso pelos alunos com muito mais eficácia.
Ao ensinar como e quando esse recurso deve ser
usado, além de controlar os momentos em que eles serão empregados em sala, o
professor pode direcionar a capacidade dos estudantes de usar os aparelhos
eletrônicos em seu próprio benefício, reduzindo seu uso inadequado e aumentando
sua habilidade de lidar corretamente eles.
Com a aplicação consciente da tecnologia na escola,
é possível, por exemplo:
- combater o cyberbullying e outras formas de preconceito;
- reduzir a distração causada pelos smartphones e aparelhos mobile;
- equilibrar o tempo que os estudantes dedicam aos jogos eletrônicos,
aos estudos e à prática de atividades físicas;
- orientar a pesquisa em fontes on e off-line confiáveis, aumentando
o senso crítico dos alunos.
O ensino híbrido, que combina a educação
tradicional e o uso da tecnologia para conquistar a personalização do ensino,
também pode ajudar a conciliar a utilização de ferramentas digitais com a
atenção em aulas presenciais, assim como o uso de livros didáticos físicos, por
exemplo.
Qualquer que seja a metodologia adotada pela
escola, é importante que, durante a transição pela qual ela passará para
implementar o uso da tecnologia, haja processos claros entre os
profissionais e os alunos, bem como o diálogo constante para lidar com
obstáculos e dificuldades.
Aos poucos, com horários e expectativas bem
definidos em relação à utilização das novas ferramentas, será possível educar
docentes e discentes para que todos se beneficiem e aprendam a usar a tecnologia
a seu favor, sem se tornarem dependentes dela.
6.
Estimulando a leitura em sala de aula com ajuda da tecnologia
O desinteresse pela leitura é um problema
recorrente nas escolas hoje em dia, principalmente entre os jovens da geração
Z. De fato, algumas pessoas chegam a associar essa questão à afinidade dos
alunos com a tecnologia, entretanto, na realidade é possível, sim, usar o
universo digital para incentivar o hábito de ler. Veja como:
6.1.
Aproveite os livros em diferentes formatos
Poder ler em tablets, smartphones e até e-readers,
além de ser bastante prático, é uma excelente maneira de motivar os jovens que
não se desgrudam das telinhas a descobrir o mundo da leitura. Alguns
aplicativos contam com opção de consulta a dicionários dentro dos próprios
livros digitais, e há também bibliotecas que fazem empréstimos de e-books.
Outra ideia para desenvolver o gosto pela
literatura usando a tecnologia é por meio dos audiolivros, que também
contribuem para que alunos com diferentes perfis de aprendizado possam
desfrutar igualmente dos livros trabalhados em sala.
6.2.
Transforme a leitura em uma experiência multimídia
Um excelente exemplo de como a leitura pode ser
interativa e multimídia é a série de webcomics (quadrinhos para a web) Homestuck,
publicada no site MS Paint Adventures entre 2009 e abril de 2016.
Composta por uma combinação de texto, imagens
estáticas e animadas, jogos em Flash e vídeos que somam mais de 8 mil páginas e
800 mil palavras, a série pode ser “lida” no original, em
inglês, ou em
português.
Inspirando-se nessa ideia, professores podem
também aproveitar a tecnologia para tornar a experiência de leitura ainda mais
interessante e enriquecedora ao indicar a filmes, reviews em vídeo,
entrevistas com o autor e outros documentos on-line, realizar pesquisas
diversas, entre várias outras possibilidades. Basta usar a criatividade!
6.3.
Apresente os alunos a boas fontes on-line
A internet, sem sombra de dúvida, contém um número
assustador de informações incorretas, textos mal-escritos, reportagens
tendenciosas e outras mídias que podem acabar prejudicando os alunos com senso
crítico em desenvolvimento.
Entretanto, é inegável que, em meio a tudo isso, há
também uma infinidade de fontes interessantíssimas, que podem contribuir para
enriquecer as pesquisas dos estudantes e apresentar-lhes pontos de vista únicos
e completos.
Antes de condenar as pesquisas on-line, portanto, é
muito produtivo que o professor procure conhecer os sites mais confiáveis para
repassá-los aos alunos, ajudando-os a reconhecer, sozinhos, os sinais de que
um texto é relevante e verídico.
Alguns bons exemplos são:
- páginas de universidades, nas quais os estudantes podem encontrar
artigos acadêmicos sobre diversos assuntos;
- o site Domínio Público, no
qual se encontra uma variedade enorme de e-books gratuitos em português;
- revistas digitais gratuitas financiadas
pelas universidades e órgãos de fomento à pesquisa (como aquelas
disponíveis no Portal de periódicos da Capes);
- o Project Gutemberg, site com e-books gratuitos
em diversas línguas;
7. Usando
a tecnologia também para a avaliação do aluno
Finalmente, é interessante ficar por dentro das maneiras
que a tecnologia pode ser usada para avaliar os estudantes, otimizando o
tempo do educador, potencializando o diagnóstico de dificuldades e,
consequentemente, melhorando o desempenho e motivação dos alunos.
Mesmo que não substituam por completo outros tipos
de avaliação — visto que a variedade nos métodos avaliativos é, aliás, o mais
recomendado para cobrir os diferentes perfis de aprendizado —, as provas
digitais podem ser corrigidas por computador e ainda fornecem automaticamente
dados sobre o desempenho dos estudantes para análise e comparação pelos
gestores.
Além de diversificar o tipo de avaliação oferecido
pela escola, deixar que os alunos usem a tecnologia para mostrar o que
aprenderam enriquece sua experiência e aumenta sua segurança e entusiasmo com
os estudos.
Conclusão
Apostar no uso de ferramentas tecnológicas no
ensino já é requisito para as escolas que desejam se destacar pela inovação e atualização
com as mais modernas tendências pedagógicas.
Ainda assim, para que a tecnologia não se torne um
fim em si mesma, é preciso estudar as melhores formas de empregá-la a fim de
trazer benefícios para professores e alunos, aumentando a motivação de ambos em
sala de aula.
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