quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Tecnologias da Informação e da Comunicação e Outras na Educação - O que é Pensamento Computacional?

Divulgando de Pensamento Computacional...



Conheça o Currículo de Referência em Tecnologia e Computação do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB)!

Ele tem como principal objetivo apoiar redes de ensino e escolas a incluir os temas tecnologia e computação em suas propostas curriculares.
O currículo atende da Educação Infantil ao Ensino Fundamental II, para implementação de práticas que ajudem a desenvolver nos alunos competências e habilidades relacionadas a tecnologia e a computação.
O que é Pensamento Computacional?
"O Pensamento Computacional é uma distinta capacidade criativa, crítica e estratégica humana de saber utilizar os fundamentos da Computação nas mais diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de identificar e resolver problemas colaborativamente através de passos claros de tal forma que uma pessoa ou uma máquina possam executá-los eficazmente" (BRACKMANN, 2017).
"São habilidades comumente utilizadas na criação de programas computacionais como uma metodologia para resolver problemas específicos nas mais diversas áreas” (BUNDY, 2007) (NUNES, 2011).
“É o processo de reconhecer aspectos da computação em um mundo que nos cerca e, aplicar ferramentas e técnicas da Ciência da Computação para entender e argumentar sobre sistemas e processos naturais e artificiais” (FURBER, 2012).
“É uma abordagem usada para solução de problemas utilizando o que se sabe sobre Computação” (GOOGLE FOR EDUCATION, 2015).
“É desenvolver e empregar estratégias para entender e resolver problemas de forma a aproveitar o poder dos métodos tecnológicos para desenvolver e testar soluções” (ISTE, 2016).
“Pensar nos problemas de forma que um computador consiga solucioná-los”. “O Pensamento Computacional é executado por pessoas e não por computadores. Ele inclui o pensamento lógico, a habilidade de reconhecimento de padrões, raciocinar através de algoritmos, decompor e abstrair um problema” (LIUKAS, 2015).
“É uma das práticas fundamentais da Ciência da Computação, porém o termo não é de uso exclusivo da Computação e não é adequado para retratar a totalidade do campo” (McMASTER et al. 2010).
“A combinação do pensamento crítico com os fundamentos da Computação define uma metodologia para resolver problemas, denominada Pensamento Computacional. É uma distinta forma de pensamentos com conceitos básicos da Ciência da Computação para resolver problemas, desenvolver sistemas e para entender o comportamento humano, habilidade fundamental para todos” (WING, 2006).
“Processos de pensamento envolvidos na formulação de problemas e as suas soluções de modo que as mesmas são representadas de uma forma que pode ser eficazmente executada por um agente de processamento de informações” (WING, 2010).
“São os processos de pensamento envolvidos na formulação de um problema e que expressam sua solução ou soluções eficazmente, de tal forma que uma máquina ou uma pessoa possam realizar. É a automação da abstração e o ato de pensar como um Cientista da Computação” (WING, 2014).
“Mesmo após diversos estudos e quase uma década de esforços para definir o Pensamento Computacional, ainda existem críticas que sugerem que não sabemos o que o Pensamento Computacional significa ou sua forma de medir” (KURSHAN, 2016).

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Divulgando de BBC News Brasil



O algoritmo desenvolvido por brasileiros para tentar prever e evitar suicídios
Fernanda Wenzel De Porto Alegre para a BBC News Brasil - 27 Novembro 2018
Image copyright Getty Images

Image caption Ferramenta é capaz de analisar sinais de risco no uso do celular
"Alerta vermelho: você corre o risco de cometer suicídio." Ao receber este aviso no smartphone, o paciente pode buscar ajuda e evitar o pior. Este é o objetivo de um estudo realizado pela equipe do Laboratório de Psiquiatria Molecular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e divulgado na revista científica Plos One.
Os pesquisadores criaram um algoritmo capaz de analisar textos em busca de sinais de que o autor daquelas anotações possa vir a se matar. Como paciente fictício, a equipe do HCPA utilizou ninguém menos que Virginia Woolf, escritora britânica que tirou a própria vida aos 59 anos.
Um dos responsáveis pelo estudo, o médico psiquiatra e professor Ives Cavalcante Passos, explica que a opção por Virginia Woolf se deve ao histórico da escritora, semelhante ao de várias pessoas que acabam por se matar: sofria de transtorno bipolar e ao longo da vida tivera diversos episódios depressivos seguidos de tentativas de suicídio.
Virginia Woolf tinha a vantagem de ter uma vasta produção de textos pessoais publicados, já que escrevia quase diariamente cartas e anotações em seu diário.
O algoritmo escolhido foi o mesmo utilizado pelos e-mails para identificar quais mensagens devem ir para a caixa de spams e quais devem ficar na caixa de entrada.
O primeiro passo foi "ensinar" o algoritmo a identificar cartas e anotações relacionadas ao desfecho do suicídio. Para isso, foram utilizados textos escritos por Virginia Woolf dentro dos dois meses anteriores à sua morte.
Este corte temporal foi determinado pelos médicos, que entendem que neste período ela já havia entrado em um estágio crítico para o risco do suicídio.
Depois que o sistema estava treinado, ele foi aplicado aleatoriamente em diversos textos da romancista, escritos tanto em períodos pré-tentativas de suicídio como em outros períodos em que ela estava fora de risco.
O resultado é que o algoritmo acertou em 80% dos casos. Ou seja, a cada 100 textos analisados, em 80 ele apontou corretamente o desfecho: se Virgínia iria ou não tentar se matar nos próximos meses.
Segundo Passos, a ideia é que, no futuro, a mesma ferramenta possa ser transplantada para um aplicativo capaz de analisar tudo aquilo que escrevemos no smartphone, como mensagens no WhatsApp e em redes sociais, e que iria emitir um alerta caso haja risco de suicídio.
Mas o médico lembra que o algoritmo é individualizado, já que o padrão de escrita de cada pessoa é diferente. Ou seja, o algoritmo construído para Virginia Woolf funciona apenas para Virginia Woolf.
Além disso, a ferramenta só pode ser aplicada em pacientes que já tentaram se matar, justamente porque precisa ser treinada com base em eventos prévios. Como explica o professor, o principal fator de risco para suicídio é justamente já ter tentado suicídio.
Image copyright George C Beresford/Getty Images

Image caption Para desenvolver ferramenta, equipe usou textos da escritora britânica Virginia Woolf
Mais do que isso, as pessoas costumam deixar sinais de que vão se matar: "Essa pessoa que dá pistas, que fala que vai se matar, que escreve uma carta de suicídio, ou o aluno que no colégio busca o coordenador ou fala pro amiguinho que pode tentar se matar, essa pessoa a gente tem que olhar com calma. Ela pode realmente se matar".
No futuro, o modelo criado pela equipe de Porto Alegre poderá se tornar ainda mais preciso pela inclusão de outros fatores de risco, como o sexo do paciente (no Brasil os homens se matam 4 vezes mais do que as mulheres), histórico de suicídio na família ou consumo de álcool ou outras drogas.
O professor não descarta que o aplicativo possa analisar inclusive variações no fenótipo digital do usuário, como o tom de voz ao telefone ou a velocidade de digitação.
Para o médico, este tipo de algoritmo deve tornar a medicina mais preventiva: "Hoje o sujeito chega deprimido no meu consultório. Imagina que no futuro talvez ele chegue muito antes. Não vamos tratar o episódio depressivo, vamos prevenir o episódio depressivo".
O trabalho compôs a dissertação de mestrado de Gabriela de Ávila Berni e contou com a supervisão do professor Flávio Kapczinski, da McMaster University.
Para mim o mundo era preto e branco
Teresinha de Lourdes da Silva tem 60 anos e já tentou se matar duas vezes. A primeira foi há mais de 15 anos, depois do divórcio do ex-marido. Três anos depois, uma nova crise depressiva resultou na segunda tentativa de tirar a vida. "Eu não tinha mais graça em viver, para mim o mundo se resumia em preto e branco."
As coisas começaram a mudar quando Teresinha decidiu levar a sério o tratamento, com consultas periódicas ao psiquiatra e uso de medicação. O apoio da família também foi fundamental, especialmente nos períodos mais críticos da depressão, em que ela não podia ficar sozinha em casa.
Image copyright Getty Images

Image caption Algoritimo desenvolvido por pesquisadores brasileiros visa agir preventivamente
Teresinha voltou a trabalhar como babá e fica feliz de servir de exemplo para quem está passando por momentos difíceis. Seu principal conselho é procurar ajuda: "Nunca a gente consegue sozinho. Se eu não tivesse procurado um atendimento especializado eu tinha me consumido. Eles (profissionais de saúde) são os anjos da minha vida".
Para o médico Ives Cavalcanti Passo, o caso de Teresinha comprova o quanto o suicídio pode ser evitado: "Se a pessoa tem ideação suicida, se tu identifica e trata bem, é um evento extremamente reversível".
Virginia Woolf: traumas familiares e obscurantismo
A "paciente" escolhida no estudo do HCPA teve uma vida conturbada, seja pelo âmbito familiar como pelo contexto histórico que a Europa vivia na primeira metade do século 20.
Nascida em 1882 em um distrito de Londres, Reino Unido, Virginia Woolf cresceu em meio a artistas e intelectuais fortemente influenciados pelos pensamentos que surgiam na época, entre eles a psicanálise e o niilismo.
A professora do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Elaine Indrusiak lembra que este ideário pré-guerras mundiais teve forte influência na vida e obra de Virginia Woolf.
"O choque entre a moralidade vitoriana muito rigorosa e o obscurantismo que começa a surgir, da falência de tudo (...) Virginia coloca em letras essa fragmentação que ela vivia e sentia na psique, mas que também é uma fragmentação da própria sociedade em que ela vive".
No âmbito pessoal, a vida de Woolf foi marcada pelas perdas da mãe (aos 13 anos) e de dois irmãos. Várias biografias contam que ela e a irmã Vanessa foram abusadas sexualmente por dois meio-irmãos mais velhos.
Segundo Indrusiak, a escritora também não se conformava com a maneira como a sociedade subjugava as mulheres. Fatores que, associados ao diagnóstico de transtorno bipolar, explicam muitas das angústias reveladas nos diários e cartas analisados pelos médicos do HCPA.
Image copyright Central Press/Getty Images

Image caption Virginia Woolf viveu em contexto familiar e histórico conturbados
Do ponto de vista literário, a professora destaca que Virginia Woolf é uma das escritoras que utilizaram de forma mais magistral a técnica do fluxo de consciência e destaca três obras da romancista inglesa: Rumo ao Farol , Mrs. Dalloway e Orlando.
O CVV - Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio de forma voluntária e gratuita pelo telefone 188, sob total sigilo, 24 horas por dia. Para mais informações sobre onde procurar ajuda para si ou para amigos e familiares, acesse: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio.


quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Tecnologias da Informação e da Comunicação e Outras na Educação - Pensamento computacional e programação como ferramentas de aprendizagem

Divulgando de Instituto Ayrton Senna...



Pensamento computacional e programação como ferramentas de aprendizagem

Na busca por práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento pleno, o pensamento computacional e a programação aparecem como uma estratégias eficazes.
No livro Mindstorms: children, computers and powerful ideas (1980), o pesquisador Seymour Papert, pioneiro no uso do computador como ferramenta de aprendizagem, definiu a programação de computadores como a ação de comunicação entre usuário e máquina por meio de uma linguagem que ambos entendem.
Assim como existem diversas linguagens de comunicação verbais e não-verbais, diferentes linguagens de programação têm sido desenvolvidas para diversos contextos e aplicações como base estruturas lógico-matemáticas bastante similares.
O ato de programar consiste em solucionar problemas utilizando o computador e sua capacidade de processamento de dados e informações como aliados. No universo da computação, programar significa criar soluções – como jogos, animações e aplicativos digitais – para resolver problemas diversos.
Assumindo a programação como uma prática pedagógica, um dos resultados esperados dessa ação de forma estruturada é o desenvolvimento do que se pode chamar de pensamento computacional.
O que é pensamento computacional?
O pensamento computacional não está necessariamente ligado à programação de computador. Tampouco é a capacidade de navegar na internet, mandar e-mails ou utilizar as redes sociais.
Pensamento computacional é uma estratégia para modelar soluções e resolver problemas de forma eficiente – e, assim, encontrar soluções genéricas para classes inteiras de problemas.
Jeanette Wing, atualmente professora em Carnegie Mellon e vice-presidente da Microsoft Research, definiu o pensamento computacional como a formulação de problemas e soluções representados de forma que possam ser executados por processadores de informações – humanos, computadores ou, melhor ainda, uma combinação de ambos.
Portanto, apesar de não estar completamente relacionado ao pensamento computacional, o computador é uma importante ferramenta para a otimização de tarefas, sobretudo nas etapas que envolvem sequências de ações que podem ser previstas.
Wing caracteriza o pensamento computacional com os seguintes elementos:
  • Conceptualização (organização dos conceitos) e não programação;
  • Habilidade fundamental, não mecânica;
  • Uma forma que humanos, não computadores, pensam;
  • Um pensamento complemento e que combina pensamento matemático e de engenharia;
  • Composto por ideias, não somente software e hardware;
  • Para todas as pessoas, em todos os lugares.
O pensamento computacional pode ser organizado em quatro etapas:
1. Decomposição: dividir a questão em problemas menores e, portanto, mais fáceis.
2. Padrões: identificar o padrão ou os padrões que geram o problema.
3. Abstração: ignorar os detalhes de uma solução de modo que ela possa ser válida para diversos problemas.
4. Algoritmo: estipular ordem ou sequência de passos para resolver o problema.
Programação e Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Há várias menções do termo “pensamento computacional” no texto da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). O conceito é associado à Matemática como estratégia para “traduzir” situações-problema da língua materna para outros formatos que podem ser entendidos por sistemas digitais.
A BNCC apresenta, no texto introdutório do Caderno de Matemática, o termo pensamento computacional:
“Outro aspecto a ser considerado é que a aprendizagem de Álgebra, como também aquelas relacionadas a outros campos da Matemática (Números, Geometria e Probabilidade e Estatística), podem contribuir para o desenvolvimento do pensamento computacional dos alunos, tendo em vista que eles precisam ser capazes de traduzir uma situação dada em outras linguagens, como transformar situações-problema, apresentadas em língua materna, em fórmulas, tabelas e gráficos e vice-versa.
Associado ao pensamento computacional, cumpre salientar a importância dos algoritmos e de seus fluxogramas, que podem ser objetos de estudo nas aulas de Matemática. [...] Outra habilidade relativa à álgebra que mantém estreita relação com o pensamento computacional é a identificação de padrões para se estabelecer generalizações, propriedades e algoritmos.” (BRASIL, 2017)
Apesar de não conceituar o termo nem traduzi-lo em habilidades específicas, o documento relaciona unidades temáticas da Matemática, em especial a Álgebra, ao desenvolvimento dessa forma de pensamento.
Há também conexão com as competências gerais propostas, em especial a quinta delas:
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BRASIL, 2017).”
A escola pode atuar para facilitar a compreensão dessa nova linguagem e, assim, fomentar a capacidade criadora do jovem como produtor de tecnologia. Como você viu, essa prática pode trazer resultados satisfatórios para aprendizagem e para o desenvolvimento de competências socioemocionais dos estudantes. Não perca a oportunidade de testá-la e compartilhar os resultados conosco em nossas redes sociais!