terça-feira, 27 de agosto de 2019

Porque ainda acredito na importância da biblioteca e na posse da palavra

Divulgando de Carta Capital...


Porque ainda acredito na importância da biblioteca e na posse da palavra
Considerações sobre os parâmetros descritos no projeto de lei 9484/18 para assegurar que a biblioteca cumpra sua função social: formar leitor@s
https://biblioo.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Biblioteca_JoãoLisboa_MA_Ecofuturo_2-1263x560.jpg
Ler a coluna da jornalista Eliane Brum não é para @s frac@s, como se diz por aí. Se você ainda não leu, reforço o convite. É um exercício fundamental de reorganização das ideias e das certezas, em especial a falsa ideia e certeza acerca da humanidade que habita em nós, entendendo por humanidade a capacidade de sentir e promover empatia, alteridade, acolher, coexistir, respeitar, cuidar, amar todas as vidas. O estilo de seus textos, conhecido como jornalismo literário, promove uma experiência de empatia incomum ou impossível no jornalismo tradicional.
Diferente dos livros de literatura, o horror está no fato de que não se trata de ficção, de passado ou futuro remotos, é no aqui e no agora, no chão que a gente não pisa, porque geralmente está bem distante das nossas calçadas, das nossas vistas e, ainda que próximos dos nossos olhos que correm apressados dados de reportagens sobre miséria, chacina e morte, não nos sensibiliza, não nos mobiliza para um #JeSuis/#EuSou/#MeToo. É de se perguntar o porquê e temer a resposta.
Assim me pegou semana passada este artigo sobre as crianças de Altamira, onde a jornalista mostra com todas as tintas o horror anunciado nas trilhas construídas há muitos anos até chegarmos aqui, mostrando, de novo, que Nelson Rodrigues sempre esteve certo: subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos. E daí eu me pergunto se o que penso, o que faço, o que sou, a causa pela qual advogo há tanto tempo, que importância tem diante de Altamira, nome de cidade que aprendi há uns 10 anos num momento lindo que foi conhecer um jovem que havia sido um dos ganhadores de um concurso de redação em nível nacional que realizava na organização na qual trabalhava àquela época.
Ironicamente Altamira, palavra de origem teutônica (alemã) significa “brilhante”. Tudo o que brilha em Altamira é desconsolo. Brilha e grita. Mas ninguém está vendo ou ouvindo. E se vê e ouve, nada faz. Então, neste momento, como em tantos outros e em tantos lugares nesta estrada onde estou há mais de vinte anos, reafirmo minha convicção sobre a importância vital de garantir que todos os recursos existam e estejam à disposição de toda a população para assegurar a posse da palavra, para anunciar e denunciar, para narrar e resistir, para mudar os rumos da história onde a vida e os sonhos de muitos são soterrados em nome da ganância desenfreada, e da garantia do direito à literatura, como diz Antônio Cândido sobre a literatura, “pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza”.
É com esta convicção em punho que escrevo sobre a aprovação do projeto de Lei 9484/18, também anunciada semana passada na Câmara de Comissão Justiça e Cidadania. O PL é de autoria da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) e da ex-deputada Laura Carneiro, e visa complementar a Lei 12.244/10, que determina a universalização de bibliotecas nas escolas públicas e privadas do País. Trata-se, sem dúvida, de um novo marco legal de extrema importância para a efetividade do direito e trata de parâmetros, que são fundamentais para que a biblioteca não seja entendida apenas como um depositório de livros, assim como é vital a criação de Sistema Nacional de Bibliotecas em Escolas, viabilizando obter cenário e partilha, como ocorre no exitoso programa de bibliotecas escolares de Portugal.
Já sabemos que o impacto que uma biblioteca pode promover está diretamente relacionado à qualidade de seus insumos, profissionais, ações de promoção de leitura e da bibliodiversidade presente em seu acervo – falei sobre em recente artigo publicado na Biblioo. Portanto, é fundamental que nas Bibliotecas atuem profissionais que sejam leitoras(es) de fato, que apoiem a jornada leitora de suas(seus) frequentadoras(es), que ponham leitoras(es) em contato com outras(os) leitoras(es), que ofereçam leitura de obras que transcendem o lugar e o senso comum.
Bibliotecas onde circulam leituras que nos instiguem a indagar a vida, que ampliam nossos horizontes de pensamento para muito além das superficialidades que trafegam pelas mídias, sempre tão carregadas de ódio movido a preconceitos. Bibliotecas empenhadas em ativar pela leitura a razão intelectual e a razão sensível, condição sine qua non para pensarmos e atuarmos em favor da vida digna e de qualidade para tod@s; que nos alimentem de referências e encantamento para promover o mínimo de dano e o máximo de bem. Porque o melhor lugar do mundo é aqui e agora, no chão que a gente pisa, daqui até Altamira e além.
Considerações feitas, partilho minhas reflexões sobre a importância de existirem alguns destaques do PL 9484/18:
1.           Artigo 2º., como objetivo principal, como função social da biblioteca da escola: “promover as habilidades, competências e atitudes que contribuam para a garantia dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) NO CAMPO da leitura e da escrita – na versão atual está “em especial no campo da leitura e da escrita”, sendo que está como item II e não item I. Esta alteração de disposição na redação do artigo tem a ver com o fato de que estamos diante de um desafio civilizatório que merece a máxima focalização, além de que tecnologias são suportes, são meios, os quais só podem ser acessados de forma exitosa se, antes, as habilidades de leitura e comportamento leitor estiverem consolidados. Tal premissa é atualmente ainda mais significativa, pois é pré-requisito para que crianças e jovens em formação – mas também adultos – não se percam nas fake news, que promovem o preconceito e obstaculizam a aprendizagem e disposição ao diálogo democrático;
2.           Artigo 2º. item IV: A Biblioteca da escola deve ser lugar de encontros e de estudo, mas é fundamental não confundir este espaço com o de entretenimento ou lazer, assim como não se aplica ao laboratório de ciências ou de informática ou à própria sala de aula, que são locais de aprendizagem. É muito comum em nossa sociedade buscar alternativas para a biblioteca que não a leitura porque acredita-se que, com outras atividades, a biblioteca poderá formar leitoras(es). Ocorre que se assim fosse, se outras estratégias que não a leitura formasse leitoras(es), não teríamos os índices negativos que temos. Para expressar um pensamento sobre a biblioteca da escola conectada com os desafios da formação de leitoras(es) e também das oportunidades para sua formação recorro novamente ao professor Luiz Percival: “Se não se quer que a biblioteca (e a escola) seja o lugar de submissão ao autoritarismo, tampouco se deseja que ela seja o lugar da mesmice cotidiana, da repetição do óbvio. Para desmontar a armadilha, é preciso propugnar para que as atividades escolares – nas salas de aula e na biblioteca – se organizem com base em questões que provoquem a crítica à realidade e uma relação criativa com o conhecimento, buscando o diálogo entre o saber sensível-prático (aquilo que as pessoas trazem de sua experiência imediata) e o patrimônio científico produzido pela humanidade. Esse caminho se trilha com atividades de estudo e de experimentação estética, com projetos sistemáticos de leitura de textos, grupos de pesquisa, clubes de leitores, sessões de leitura pública, espaços de estudo individual, com roteiros e bibliografias sugeridos pelos professores”;
3.           Artigo 2º. item V: É extremamente importante que a biblioteca da escola atenda a comunidade do seu entorno, seja porque inexistem bibliotecas públicas em quantidade suficiente seja porque em muitas localidades no Brasil, mesmo nas metrópoles, a escola é o único local de acesso à cultura e à educação, seja porque a formação de leitoras(es) passa, e muito, pelo apoio e pela participação da família. Neste sentido, a proposição para um novo item neste PL é: Ser espaço de estudo e acesso gratuito aos livros e às leituras, destinado a servir de oportunidade para que a comunidade do entorno, em especial as famílias das(dos) estudantes matriculadas(os) na escola, possa também ter a oportunidade de formar-se leitora e participar ativamente da formação leitora de crianças e jovens, em parceria com a escola;
4.           Inciso 1º, item II : Igualmente importante destacar com relação à criação do Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE), de que trata o inciso 1º., como funções básica, item II: “Promover a qualificação e melhoria do funcionamento da atual rede de bibliotecas escolares para que atuem como centros de formação leitora, centros de ação e educacional permanentes”. Esta é uma premissa fundamental visto que é observado que em muitas bibliotecas escolares ocorrem diversas atividades lúdicas, de entretenimento e mesmo de realização de eventos escolares que não têm a ver com formação leitora. Acredito que marcar esta posição é fundamental para desconstruir, ao invés de reafirmar, a compreensão equivocada e de senso comum sobre ações promotoras de leitura, o que faz com o que a biblioteca seja espaço que abriga teatro, cinema, exposições, oficinas de artesanato etc, que não resultam em formação leitora;
5.           Inciso 1º., itens III e IV, destaco a importância da bibliodiversidade. Novamente recorro ao Prof. Luiz Percival para falar do acervo da biblioteca da escola: “O acervo da biblioteca escolar, considerando sempre o nível de autonomia e de desenvoltura intelectual dos usuários, precisa incluir obras de ciência, história, geografia, psicologia, literatura, artes e organizar-se de forma a permitir percursos formativos amplos e densos. Sua funcionalidade depende, em grande medida, de como a comunidade da escola abraça um projeto de formação que toma a interdisciplinaridade como eixo e avança para além do espaço-aula”. É preciso muita acuidade para pensar o acervo das bibliotecas das escolas – aliás, de todas as bibliotecas -, justamente porque concordamos com a máxima do professor Antonio Candido sobre a potencialidade de humanização da literatura, neste País é vital focalizar na presença de literatura de autoras(es) negras(os) e indígenas, ouvir, ler, incorporar, encarar e cuidar para que, de fato, o racismo seja banido de mentes, corações, ações, do chão que a gente pisa até Altamira e além;
6.           Inciso 1º., item V, importante que haja destaque para caracterização da formação/treinamento/qualificação de recursos humanos para o funcionamento adequado das bibliotecas escolares. Daí sugestão da seguinte redação: “desenvolver atividade de treinamento e qualificação de recursos humanos nas bibliotecas tendo como premissa que também sejam leitoras(es), para que apoiem a jornada leitora dos(as) estudantes, que ofereçam leitura de obras que transcendem o lugar e o senso comum, que façam circular leituras que instiguem a indagar a vida, leituras que promovam a razão intelectual e a razão sensível, para dar conta das tarefas escolares de sua vida acadêmica e de seu projeto de vida”;
7.           Inciso 1º. item VIII: na mesma linha que sobre a importância de destacar o compromisso da biblioteca da escola como formadora de leitoras(es), a sugestão de acréscimo na redação: “favorecer a ação dos sistemas estaduais e municipais…….atuem como promotores de leitura, em favor do pleno desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos(a) estudantes, apoiando também a formação leitora da comunidade do entorno, promovendo a integração da biblioteca como projeto político pedagógico das escolas;
8.           Inciso 1º., item X, inclusão da citação aos parâmetros de biblioteca preconizados pelo CAQ no PNE, observando a importância de que no espaço da biblioteca seja considerada a possibilidade de abrigar a presença de estudantes de uma sala de aula ao mesmo tempo, para que assim professores(as) possam propor ações de pesquisa e leitura compartilhada, fomentando reflexão e debate e a apropriação de referências sobre uso social deste espaço.
A acuidade é precisa e preciosa para que possamos empreender políticas e ações de formação leitora e escritora que, de fato, contribuam positivamente para a solução de déficits numéricos por trás dos quais há muita gente, geração após geração, que está alijada da possibilidade de exercer sua cidadania, de ser sujeito no mundo, de pensar e atuar para construir esta jornada, ainda longa demais, que nos levará a reconhecer nossa humanidade comum e promover o devido cuidado com todas as vidas. Sem a posse da palavra não há liberdade possível, aqui ou em Altamira e além.
[1] Doutor em Linguística e professor da Universidade Federal do Oeste do Pará, Luiz Percival Leme Britto atua na área de Educação e Linguagem como pesquisador, professor e formador de professores; coordena o Lelit – Grupo de pesquisa e intervenção em leitura, escrita e escola – e o Pacto Nacional pela alfabetização na idade certa – PNAIC / Oeste do Pará.
Autor
mm Christine Castilho Fontelles
Socióloga, concebeu e coordena a Campanha "Eu Quero Minha Biblioteca" desde 2012, quando atuava como diretora de educação do Instituto Ecofuturo, do qual foi co-idealizadora e onde esteve por 15 anos como diretora de educação; membro do Conselho Consultivo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Edição nº 68 da Revista Biblioo
Edição 68
Ano 8, nº 02
Junho 2018
ISSN 2238–3336
Colunistas
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terça-feira, 20 de agosto de 2019

O desenvolvimento sustentável tem tudo a ver com a moda - CartaCapital

O desenvolvimento sustentável tem tudo a ver com a moda - CartaCapital: A forma como produzimos e consumimos pode ser nosso ponto de partida para pensarmos em desenvolvimento sustentável

Tecnologias da Informação e da Comunicação e Outras na Escola - 5 razões pelas quais o uso da tecnologia em sala de aula eleva o desempenho dos alunos

Divulgando deClipEscola...


5 razões pelas quais o uso da tecnologia em sala de aula eleva o desempenho dos alunos
Carla Gobb maio 28, 2018 de Educação
A educação experimentou uma verdadeira revolução no século XXI. Com a democratização do conhecimento, as escolas precisaram reaprender a ensinar. Dessa forma, a inclusão da tecnologia em sala de aula se mostrou, mais do que um caminho, uma urgência. Assim, aquilo que poderia ser um empecilho para a educação formal, tornou-se um aliado, ajudando o ensino a dar grandes avanços.
Hoje o emprego de recursos tecnológicos na educação já é uma realidade. Os resultados colhidos pelas instituições de ensino que adotam a prática mostram a importância que ela tem como mecanismo de aprimoramento do aprendizado.
Veja abaixo algumas razões pelas quais o uso da tecnologia em sala de aula é importante para o aumento do desempenho dos estudantes:
1 Tira o tédio das aulas
Manter os estudantes motivados dentro de uma sala de aula, em meio a um mundo de possibilidades e informações, não é tarefa fácil. Os jovens sentem tédio, e para que a atenção deles fique focada no ensino é preciso uma boa dose de criatividade.
Um aprendizado multimídia, por meio do qual o estudante possa absorver a informação com simulações, vídeos 3D, jogos, podcasts e recursos educativos disponíveis na web, é muito mais instigante do que um ensino tradicional, com cadernos, quadro e o professor palestrando durante um longo período.
Quanto mais ávido o aluno for pelo conhecimento, melhor desempenho ele terá. É missão do educador despertar no estudante essa paixão pelo saber, essa fome pelo aprendizado. A tecnologia em sala de aula é uma parceira nesse desafio.
2 Favorece o aprendizado ativo
As instituições modernas têm se inclinado cada vez mais para um método de ensino conhecido como aprendizado ativo. Nele, o aluno não é um agente passivo, e sim um protagonista do processo de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, ele é estimulado a debater ideias com o professor e a agregar informações. Assim, o conhecimento que ele traz na bagagem não é ignorado. Essa atitude faz com que o aluno sinta a necessidade de se aprofundar nos assuntos tratados em aula, para poder argumentar e se tornar uma parte integrante do processo.
Como o conhecimento que o aluno traz para a aula vem, na maior parte, de pesquisas que fez na web, é importante que ele tenha em sala uma forma de “mostrar” o que encontrou, e não apenas de falar, até porque, muitas vezes, as informações podem ser imagens ou áudios. Então, ele precisará que a escola forneça meios para que apresente as referências que tem.
3 Supre a necessidade de imediatismo
Pessoas que já nasceram após os anos 2000 vivenciaram, desde pequenas, uma realidade muito diferente das gerações anteriores. A tecnologia não somente faz parte da realidade delas hoje, como sempre se fez presente.
Pensando nisso, se para as pessoas de gerações anteriores já é difícil viver sem o imediatismo que a tecnologia proporciona – como a troca de mensagens de forma instantânea, a visualização de fotos na mesma hora e a pesquisa por informações em tempo real – para os mais jovens, essa urgência é ainda maior.
Isso pode ser usado pelas escolas de forma favorável. Com o uso da tecnologia em sala de aula já é possível dar aos alunos um retorno imediato sobre várias questões. Dúvidas que o professor teria que checar para depois dar uma resposta ao estudante, por exemplo, podem ser verificadas na hora pela internet, sanando a questão no momento em que ela surge.
Para correções de tarefas, a tecnologia também pode auxiliar, permitindo que o professor dê um feedback ao aluno em um tempo mais curto. Ela possibilita, por exemplo, a correção das redações de uma turma inteira em 24 horas.
Mais do que uma facilidade aos professores, o retorno de uma questão enquanto ela ainda está fresca na memória favorece a fixação do aprendizado. Então aqui, mais uma vez, a tecnologia se mostra benéfica.
4 Possibilita o intercâmbio de conhecimentos
Os limites geográficos deixaram de ser barreiras para a troca de conhecimentos quando surgiu a internet. Hoje uma escola consegue, utilizando tecnologia em sala de aula, criar projetos colaborativos com instituições de ensino de outros estados e até de outros países.
Isso permite que os alunos ampliem as possibilidades de aquisição de conhecimento, tenham um contato mais real com uma outra cultura e até pratiquem um idioma ensinado em sala de aula.
Essa prática também vai ao encontro de um dos quatro pilares da educação, que diz que uma forma efetiva se ensinar a tolerância e a não-violência é a criação de projetos entre povos com um objetivo em comum, desenvolvendo um sentimento de colaboração.
5 Permite mais envolvimento dos pais
O acompanhamento dos pais na vida escolar do estudante pode afetar o desempenho deles nos estudos. Em geral, quando o aluno tem pais que se envolvem, que participam, que interagem com a escola, o rendimento dele aumenta.
Entretanto, quando as formas de contato entre os pais e a escola consistem apenas em recados colados na agenda e reuniões esporádicas com os professores, a participação fica prejudicada.
A tecnologia, hoje, já possibilita que os pais possam se comunicar com os professores e gestores escolares de forma mais profunda, rápida e eficaz, obtendo informações diárias sobre o que acontece no colégio.
Há casos de instituições de ensino que já registraram uma redução de quase 30% no número de alunos em recuperação devido ao uso de aplicativo de comunicação para as interações entre pais e professores. Isso mostra que a tecnologia pode ser usada em várias frentes para que se obtenha um aumento do desempenho escolar.
E você, o que acha do uso da tecnologia em sala de aula? Comente aqui!
Texto: Graziela Balardim – Jornalista, Multimídia e Conteudista de Marketing Digital na empresa ClipEscola.


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Atlas da Violência: Brasil bate recorde em assassinato de jovens - CartaCapital

Atlas da Violência: Brasil bate recorde em assassinato de jovens - CartaCapital: Em 2017, 35.783 jovens com idades entre 15 e 29 anos foram assassinados, segundo dados do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Os homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos em 2017, segundo Atlas da Violência 2019

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

MERGE CUBES : Realidade Aumentada em Sala de Aula ao Seu Alcance

Divulgando de MAKER SPACE R by CTJ




Muita vezes o uso de tecnologia em sala de aula é justificado pela motivação dos alunos. Em 2016, o Project Tomorrow fez uma pesquisa com desenvolvedores de software e a resposta foi similar: tecnologia motiva os estudantes. No seu livro Learning First, Technology Second, Liz Kolb cita diversos estudos que usam o mesmo argumento (Bebell & O’Dwyer, 2010; Martinez & Schilling, 2011; Spires et al., 2008). Mas para realmente mudar a maneira de aprender, precisamos ter claro que substituir uma atividade por outra mais animada e colorida, motiva o aluno no começo, mas precisamos manter o aluno engajado e dar oportunidades para que ele desenvolva habilidades cognitivas mais profundas. A autora oferece uma maneira interessante de pensar em tecnologia e um modelo para que nós professores possamos refletir sobre o uso da mesma ao sugerir que mantenhamos o foco no tipo de aprendizado e interações que a ferramenta oferece. No livro Life Long Kindergarten, Mitchel Resnick também tem uma visão muito interessante sobre o uso de tecnologia. A Plataforma Scratch, cuidadosamente pensada por uma equipe de educadores e pesquisadores dentro do MIT Media Lab, está alinhada ao construcionismo, permite que nossos alunos se expressem criativamente e compartilhem o processo de aprendizagem e conteúdos dentro de um ambiente seguro e acolhedor. Admiramos plataformas que tiram as pessoas do papel de consumidores e ao invés disso, encantam e engajam e trazem princípios muito relevantes para a sala de aula moderna. Pessoas no mundo todo estão passando muito tempo na frente de telas consumindo material extremamente criativo, mas se queremos nos tornar pessoas mais resilientes e criativas e criar com tecnologia algo que realmente tem significado, precisamos estar atentos as necessidades aos nossos modelos mentais quando planejamos uma aula ou oficina. Caso contrário, mesmos plataformas projetadas para incentivar o uso criativo, podem ser usadas de formas tradicionais.
Ano passado seguindo a hashtag no twitter – #notatiste, vimos pela primeira vez o fenomenal Merge Cube – um dispositivo holográfico que coloca na mão das pessoas a oportunidade de segurar e interagir com objetos em realidade aumentada (AR). No entanto, devemos olhar de perto e refletir sobre o uso que queremos fazer de qualquer tecnologia extremamente colorida e dinâmica. O fato que a tecnologia no cubo é criativa, não garante que ela ajudará jovens a serem criativos. Devemos sempre nos perguntar: o que os meus alunos podem criar com a partir dessa tecnologia? Que tipo de interações e engajamento essa tecnologia favorece? Essa tecnologia dá aos meus alunos a chance de se expressar e serem realmente criativos? Na maioria das vezes, promover ou não a competência criativa dos alunos a partir do uso de uma tecnologia educacional depende somente de como ela será usada na sala de aula.
Com o Merge Cube, não é diferente. Dependendo de como for usado, o cubo pode promover o aprendizado iterativo sim. O Merge Cube dá aos alunos a oportunidade de aprender e criar de maneiras totalmente novas, ao mesmo tempo em que oferece aos professores ferramentas simples de AR / VR que aumentam o envolvimento do aluno, a curiosidade intelectual e o aproveitamento em sala de aula, se o modelo mental do facilitador estiver alinhado com práticas progressistas. Mas o que é, como usar, onde encontrar os templates e onde acho exemplos de práticas de sala de aula?
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O que é o MERGE CUBE?

No site, eles se declaram um recurso escolar que expande o aprendizado para além das telas dando aos alunos a chance de interagir com objetos virtuais. Pausa para a reflexão. Uma tecnologia fantástica que substitui uma página ou tela onde alunos consomem conteúdo pode ser interessante e aumentar o engajamento. Segurar um sistema solar na mão pode ser mais encantador para alguns alunos, mas não podemos entender esse uso de tecnologia como o objetivo final, pois os alunos estão somente no começo da trilha de aprendizagem. Fica a cargo do professor aproveitar o engajamento inicial e promover atividades que estimulem os alunos a desenvolver mais competências.
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Onde adquiro MERGE CUBE e os aplicativos?

Disponível para compra nos Estados Unidos, a Merge VR disponibilizou um template para educadores testarem a experiência. A ideia é fazer um cubo de papelão ou outro material durinho e revesti-lo com o template. Uma dica: fique atento ao tamanho da folha da impressão e não ajuste para caber na página. Testamos laminar o cubo depois de pronto para aumentar a durabilidade, mas o reflexo do plástico de laminar compromete a leitura do cubo. Cubos cortaedos em papelão funcionam super bem, e os alunos se divertem muito com a montagem, mas caso você tenha acesso a uma cortadora a laser, baixe os arquivos de corte que fizemos aqui no Thomas Maker [abaixo] e tenha cubos mais duráveis:
Cubo pequeno [6x6 cm]
  • Impressão: https://drive.google.com/open?id=1sbw85mwyu2p5NTM4yo5EucrXc2NZSj1v
  • Corte: https://drive.google.com/open?id=1fbMMDZEculReo3HQn4oAw-HOJjF7lIG8
Cubo grande [26x26 cm]
  • Impressão: https://drive.google.com/open?id=1XWxaXZJ6_jv0Yqhfiax4RQf5M4nOR379
  • Corte: https://drive.google.com/open?id=1sbQySFl244Yklr2rhyg3nOneyIw2azme
Muitos aplicativos gratuitos aparecem todos os dias para o cubo, mas vale a pena ficar atento ao fantástico site do Merge onde além de experiências pagas e gratuitas para o cubo, você também acha videos 360 fantásticos. O mesmo cubo pode, ao ser “lido”, acionar todos os aplicativos, então você pode fazer um cubo, baixar vários aplicativos e testá-los para sua sala de aula, laboratório, biblioteca e makerspace.

O que mais preciso para começar?

Você irá precisar de um celular ou tablet para escanear o cubo e ver o holograma. Caso você não tenha um para cada par de alunos, crie atividades em estações ou use os celulares dos estudantes. Nesse caso, lembre-se de pedir que eles baixem os aplicativos antes da aula. Caso você tenha somente o seu próprio celular para usar, projete a sua tela e convide alunos a observarem, essa alternativa não é ideal, mas caso você consiga que seus alunos criem objetos fantásticos depois dessa primeira fase, você tenha argumentos mais sólidos para uma possível negociação com o seu diretor ou secretaria.

Preciso adquirir os óculos de VR para começar?

Não somos entusiastas dos óculos pois eles podem isolar os alunos e o que queremos promover é a socialização de ideias. Usamos os aplicativos pelo nosso celular. Logo que você aponta o celular para a parte do cubo que tem a logo, o app te perguntará se você tem o cubo. Logo abaixo da pergunta aparece um texto discreto – SKIP THIS, siga esse link e voilá! Seu cubo se transforma em objetos fantásticos em realidade aumentada, bem na sua mão.

Como posso expandir a experiência de observar um objeto no cubo?

Se vc tiver a conta paga do Cospaces, os seus alunos podem criar suas realidades aumentadas com princípios básicos de modelagem 3D e programação. Você pode fazer parte de um grupo de educadores do mundo todo que compartilham projetos, ideias e dicas - https://www.facebook.com/groups/mergeeducators/

Como o Thomas Maker pode me ajudar?

Se você é professor da rede pública, entre em contato conosco e ficaremos felizes em te ajudar.
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Grupos de alunos: inclua-os na comunicação escolar e possibilite a troca de conhecimentos e materiais de estudo

Divulgando de ClipEscola...


Grupos de alunos: inclua-os na comunicação escolar e possibilite a troca de conhecimentos e materiais de estudo

Tempo estimado de leitura: 6 minutos (1070 palavras, 6311 caracteres)

O século XXI trouxe uma mudança cultural à educação. A ideia de que o conhecimento segue uma linha hierarquizada de transmissão – na qual o aluno é o receptor, e nunca a fonte – está ruindo. Novas metodologias começam a surgir e a relativizar esse conceito. Elas entendem que o estudante também é capaz de aprender sozinho ou com os próprios colegas. E mesmo as escolas que não adotam tais métodos podem abrir um espaço para o aprendizado colaborativo criando, de forma virtual, grupos de alunos para a troca de informações e de materiais de estudo.

No post de hoje você vai entender tudo sobre esse assunto, desde os motivos pelos quais as escolas deveriam se abrir para essa ideia até as orientações para dar os primeiros passos nesse sentido. Vamos lá? Me acompanhe!

Por que o aprendizado colaborativo é importante?

Aprender de forma horizontal, com os próprios colegas, não é apenas um modismo. A evolução tecnológica permitiu a democratização do conhecimento. Hoje ele não está só nos livros e no meio acadêmico, está por toda parte e ao alcance de todos. E há tanto para se aprender, tantos exabytes de informação, que uma pessoa só não é capaz de abarcar todo esse conhecimento e repassá-lo, isso só pode ser feito de forma colaborativa.

Entendeu aonde estou querendo chegar? O professor sozinho não dá conta de transmitir tudo o que há para se saber sobre um determinado assunto. Os alunos também trazem experiências na bagagem, como situações que vivenciaram, vídeos que assistiram, conversas que trocaram e informações que leram. Por que então desprezar esse saber? Essas “mentes cheias de informação” podem agregar novos conhecimentos ao grupo – e isso acontecerá, formal ou informalmente.

Você tem duas opções diante desse cenário: ver o copo meio cheio ou meio vazio. A evolução é algo incontrolável, mas a decisão de olhar para a realidade com entusiasmo, percebendo que o aprendizado pode mais hoje do que podia ontem, ou então vê-la com incerteza e desagrado, é só sua.

Reflita, o objetivo que se busca em sala de aula é o aprendizado, certo? E na sua opinião, os alunos aprendem mais como espectadores ou como protagonistas desse processo? Eles se interessam mais pelo assunto abordado se ficam só ouvindo ou se podem debatê-lo e “colocar na roda” as informações que trouxeram de casa?

Quais metodologias valorizam a troca de conhecimentos

Há diversas metodologias que valorizam o aprendizado aluno – aluno, e aqui você vai conhecer algumas delas:

  • Aprendizagem baseada em problemas

A aprendizagem colaborativa é o próprio cerne desse método de aprendizagem. Nele, um problema é apresentado pelo professor e os alunos formam grupos e tentam encontrar a solução. Podem valer-se, para isso, de recursos tecnológicos e pesquisas na internet. O propósito é que as equipes investiguem, debatam e interpretem os dados encontrados, chegando a uma resolução.

  • Sala de aula invertida

Nesse método de ensino os alunos estudam antecipadamente em casa – com a ajuda da internet – um conteúdo estipulado pelo professor. Depois, em sala de aula, o assunto é debatido pelos estudantes e pelo educador, que constroem o conhecimento em conjunto. Assim, todos ensinam e todos aprendem.

  • Aprendizagem baseada em times

A dinâmica de colaboração está presente também nesse método, que mistura um pouco dos dois anteriores. O “Aprendizagem baseada em times” estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e a habilidade de trabalhar em equipe. Para isso, a turma é dividida em grupos de alunos e um desafio é lançado pelo professor, que atua como um facilitador. Os estudantes devem se preparar previamente em casa para, em sala de aula, encontrarem soluções por meio do debate e da reflexão nos times.

Como começar usando grupos de alunos virtuais 

Se você comprou a ideia do aprendizado colaborativo, mas não sabe por onde começar a implantá-lo, já que a sua escola não adota atualmente nenhuma metodologia que valorize esse conceito, fique tranquilo que há solução. A dica é começar pelas beiradas, abrindo um espaço virtual no canal de comunicação da escola para que os estudantes possam interagir entre eles e trocar materiais que encontrarem na internet.

Talvez você tenha pensado que o caminho mais fácil seja criar esses grupos de alunos em uma ferramenta como o WhatsApp. Pode até ser o mais fácil, mas certamente não é o mais recomendável. Os estudantes precisam interagir sim, mas é importante que essa interação fique dentro do controle da escola, para que algo bom não acabe se tornando negativo. Afinal, sabemos que o cyberbullying existe, e para não abrir espaço a ele, a escola precisa poder monitorar e moderar o canal, conseguindo bloquear conteúdos ofensivos, caso alguém tente publicá-los.

E como um dos objetivos dos grupos de alunos é a troca de materiais para pesquisa, também é importante que a ferramenta utilizada permita o envio de arquivos pesados em diversos formatos, sem comprometer a memória do celular dos estudantes. O armazenamento em nuvem, por exemplo, é uma opção que resolve o problema, e é um meio utilizado por cada vez mais empresas, inclusive por nós aqui da ClipEscola.

A dica então é investir inicialmente na interação virtual entre os estudantes, abrindo grupos de alunos na ferramenta oficial de comunicação da escola, e depois que essa colaboração estiver amadurecida, ir além. Os próximos passos podem ser testar metodologias que valorizem essa troca em algumas aulas, depois em todas e, quem sabe, até reformular a arquitetura de alguns espaços da escola para favorecer esse aprendizado colaborativo. Pense nisso. Abra a sua mente!

Leia mais

Está pronto para começar a incluir os próprios estudantes no processo de aprendizagem? Comece pela ideia dos grupos de alunos e nos conte aqui sobre essa experiência!


A autora é Jornalista, pós-graduada em Produção Multimídia e atua na ClipEscola como Conteudista de Marketing Digital.