Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção
Novo
secretário da pasta está firmando parcerias com entidades privadas e ONGs para
profissionalizar gestão pública.
Priscilla Borges 21/11/2018
13:01 . atualizado em 21/11/2018 13:44
Os cargos estratégicos da Secretaria de Educação do
Distrito Federal serão ocupados, a partir de 2019, por meio de seleção. O
processo incluirá análise de perfil dos candidatos, testes de resiliência,
integridade e competências, avaliação de experiência e formação. A Fundação Lemann, uma
organização não governamental da área educacional, será a responsável por
traçar a metodologia. Além disso, vai promover formação profissional continuada
aos escolhidos para ocupar as vagas de subsecretários, coordenadores regionais,
secretários adjuntos e assessores.
Segundo Rafael Parente, que assumirá a secretaria,
várias parcerias com entidades sem fins lucrativos ou empresas dispostas a
contribuir com o governo serão realizadas. O objetivo é profissionalizar os
processos de gestão da pasta. “Para conseguir resultados rápidos, precisamos de
uma equipe 100% profissional, comprometida e íntegra”, afirmou em entrevista
exclusiva ao Metrópoles. Os diretores de escolas continuarão sendo
eleitos.
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Além da Fundação Lemann, outras duas entidades já
se mostraram dispostas a colaborar. Uma delas é a Falconi Brasil,
experiente empresa de consultoria em gestão que ajudará a criar planejamentos
estratégicos para a secretaria. A Falconi terá a tarefa de identificar as
prioridades da área, otimizar processos, definir indicadores para medir
resultados e sucessos. Parente pretende montar escritórios de projetos dentro
da secretaria.
A outra, ainda em negociação, é a Vetor Brasil.
Organização sem fins lucrativos, atua em parceria com governos estaduais e
municipais para desenvolver profissionais. Eles devem ajudar na seleção da
equipe que vai compor as subsecretarias da pasta. Os servidores interessados em
ocupar os cargos poderão se inscrever para os processos seletivos assim que
forem abertos. A secretaria divulgará as informações.
Sem contrapartida
As consultorias não serão remuneradas, de acordo
com o secretário. “Estamos abertos a mais parcerias, mas é importante destacar
que as entidades não receberão verbas do GDF na nossa gestão. Elas não poderão
participar, inclusive, de qualquer licitação do governo”, garante.
Parente admite uma possível resistência à nova
metodologia de escolha dos cargos estratégicos. Porém, acredita ter os
argumentos necessários para convencer os mais céticos de que a “causa é nobre”.
“O que queremos é uma educação melhor para todos. Minha principal meta é
colocar o DF em primeiro lugar no Ideb em todas as etapas de ensino e a gente
tem total condição para isso”, afirma.
O Ideb é o indicador do Ministério da Educação que
avalia a qualidade do ensino público em todas as redes. Ele traça metas para
cada etapa do ensino fundamental e para o ensino médio. Na última divulgação de
resultados do indicador, em 2017, o Distrito Federal só atingiu a nota
projetada para os anos iniciais do ensino fundamental. O pior desempenho foi no
ensino médio, que ficou com índice de 3,4 (a meta era 4,4).
Para o novo secretário, o maior desafio será
motivar, estimular e melhorar as condições de trabalho dos servidores da rede.
Ele também defende mudanças na burocracia da pasta, que define como lenta e,
muitas vezes, ineficiente. “Os funcionários são competentes e precisam de
motivação, mas os processos burocráticos precisam ser mais inteligentes e
profissionais, além de menos morosos”, destaca.
Ele replicará no DF parte do modelo de gestão que
ajudou a implementar na Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Parente foi
subsecretário de educação entre 2009 e 2013. “É uma mudança cultural e, por
isso, muito desafiadora, mas o governador me pediu resultados rápidos, e a
profissionalização da gestão é o caminho.”
Apesar
da estratégia temos que conhecer e analisar melhor as parcerias.
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