Tudo
começou quando Celanira da Silva resolveu levar um livro para seu
trabalho. Analfabeta, a babá que vive em Santa Catarina queria apenas
que Aline, de 7 anos, lesse para ela. Mas recebeu muito mais.
A
menina se entusiasmou com a ideia e fez a proposta: por que não ensinar
a babá a ler no lugar de ler para ela? Celanira topou e começou a ser
alfabetizada pela pequena Aline. Tudo isso aos 54 anos.
“A
Aline perguntou se eu não queria que ao invés de ela ler para mim, eu
ganhasse aulas. Eu disse que queria e desde então tudo que ela aprende
na escola de leitura, ela me ensina”, afirma a babá.
As
duas tem, então, uma espécie de pequeno ritual que seguem todos os
dias. Antes de começar os serviços na casa da família, Celanira senta
por meia hora com Aline e começa, aos poucos, a identificar letras e
formar palavras.
Muito
para quem, por conta de uma adolescência completamente desprovida de
recursos, praticamente nunca pisou na escola. A babá, agora, vislumbra
se alfabetizar para poder fazer um curso supletivo.
E
não é só Celanira que está pensando no futuro. Com as aulas, Aline
garante que já está “exercitando” a sua profissão. A menina diz que
quando crescer, quer ser professora. Nada melhor, então, do que começar
desde já.
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