Divulgando...
Um gari e sua esposa, que é dona de casa, se orgulham de ter conseguido ajudado oito filhos a passar em concurso público
Dona
Bartíria e seu Paulino Doxa têm filho trabalhando no Ministério Público
da União, Tribunal Regional Federal, Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios, além das secretarias de Fazenda, Educação e Saúde
do DF. Só o caçula já acumula 10 nomeações.
Ela
e o marido moravam em uma fazenda no interior de Goiás, onde se
conheceram e lá tiveram os três primeiros filhos.Bartíria, de 75 anos,
conta que sempre priorizou os estudos dos filhos, apesar de ela mesma
não ter tido a oportunidade de estudar.
“Vim
para Planaltina com cerca de 28 anos, foi difícil. Mas sempre tive
vontade de que meus filhos estudassem, porque isso eu não pude. Não
tínhamos condições de colocá-los em colégio particular, mas sempre
dávamos um jeito. Meu marido trabalhava fora, ganhava pouco, mas tinha
salário todo mês. E eu cuidava dos filhos em casa e ajudava quando
podia, costurando e lavando roupa para os outros”, recorda.
Estudar
O
incentivo aos estudos é confirmado pelos filhos. Mauro Doxa afirma que a
influência dos pais foi decisiva. “Meu pai sempre disse que ‘o estudo
muda a realidade social e a caneta era o maior patrimônio que poderia
nos deixar’”.
Segundo
o caçula, que hoje é analista do MPU e já foi servidor do Superior
Tribunal de Justiça, o fato de o irmão mais velho ter sido aprovado em
primeiro lugar com apenas 19 anos, na Secretaria de Educação, também foi
decisivo para o restante da família.
“O
mundo de quem estuda para concursos é bem corrido, lidamos com pessoas
de todas as áreas e situações diversas, com aspectos financeiros e
formações distintas. Umas das maiores dificuldades era conseguir
dinheiro para estudar em cursinhos preparatórios e adquirir materiais de
estudo de qualidade”, lembra.
Já
Gervani, o primogênito, também credita a escolha pelo serviço público
ao pai, “o que ele podia dar para nós era educação e foi o que ele fez”.
Logo após sair do Ensino Médio, ele já tentou seu primeiro concurso na
antiga Fundação Educacional e já está há 25 anos como secretário
escolar.
“Nossa
família não tem muita vocação para comércio ou ter um negócio próprio,
eu mesmo não sei fazer mais nada a não ser estudar, e o jeito foi seguir
o caminho do serviço público”, afirma Gervani que sempre indica
concursos para os irmãos e continua estudando para um dia passar na
Câmara dos Deputados.
Gari concursado
Seu
Paulino foi quem iniciou a família na vida do funcionalismo. Após
trabalhar na roça até os 36 anos, foi aprovado em um processo seletivo e
se tornou gari no Serviço de Limpeza Urbana – SLU.
Ele
costuma dizer que tirou 10 na prova prática, que era capinar. Hoje está
aposentado como operador de máquinas, após 35 anos de serviços
prestados no mesmo órgão.
Com informações do Correio Web